Por Mariana Teodoro - Blog Abilio Diniz - Qualidade de Vida.
É difícil encontrar uma pessoa que nunca teve uma coleção ou pelo menos tentou colecionar algum tipo de objeto ao longo da vida. Selos, figurinhas, cartões telefônicos, papéis de carta, carrinhos e até obras de arte. São dezenas de tipos de itens que compõem a diversidade das coleções. E, embora alguns possam achar que a prática não passe de bobagem, o colecionismo além de contribuir para a preservação da memória vinculada à história de cada indivíduo, também pode ser um exercício eficiente para o controle da ansiedade e do estresse.
“Colecionar é uma forma de desenvolver algum nível de controle sobre o mundo representado pelos objetos colecionados e isso pode trazer alívio da angústia e da ansiedade”, afirma a psicóloga Tatiana Maria Sanchez. Segundo a especialista, os objetos reunidos, geralmente, trazem referências agradáveis ao colecionador. “Além disso, possuir peças exclusivas, como raridades ou modelos específicos, faz com que o colecionador se sinta alguém especial.”
Ao mesmo tempo em que a prática de colecionar reduz a ansiedade ela também contribui para o controle do estresse. “O desenvolvimento de um hobby é uma boa saída para a resolução de problemas difíceis”, diz a psicóloga. Nesse sentido, colecionar ajuda a retirar o foco e o peso de dificuldades que o indivíduo não está conseguindo solucionar, aliviando as tensões.
Entre as razões que levam alguém a colecionar estão desde a dificuldade de jogar peças fora até a preservação de momentos significativos da vida associados a um tipo especial de objeto. Ou seja, o valor simbólico da coleção está ligado a aspectos emocionais e, às vezes, inconscientes do colecionador. “Alguém que coleciona latas de cerveja ou rolhas pode estar tentando preservar, através desses objetos, a sensação de alegria e prazer de um período da vida que ele talvez não tenha mais”, diz Tatiana.
Apesar de o colecionismo ser uma prática aparentemente inofensiva, a sua realização obsessiva pode causar sérios prejuízos ao colecionador. “Se esse comportamento se tornar extremo e passar a ocupar um espaço grande na vida da pessoa, pode ocorrer um isolamento social, além de prejuízos financeiros e profissionais”. Infelizmente, segundo a psicóloga, hoje essa compulsão é muito incentivada pela internet, devido à imensa oferta de objetos colecionáveis disponíveis na rede. “A internet é o paraíso que favorece a perda de controle do colecionador. Com isso, fica mais fácil se tornar compulsivo”.
Agora, tomados os devidos cuidados, saiba que o trabalho de reunir, organizar e conservar determinados objetos não é perda de tempo, nem absurdo. Preservar a memória de um momento e controlar a ansiedade e o estresse são razões suficientes para que o exercício de colecionar continue a ser praticado sempre.
Fonte: http://abiliodiniz.com.br/qualidade-de-vida/controle-do-stress/colecionar-e-saudavel/
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